domingo, 3 de maio de 2009

PAIS E FILHOS

Os filhos deveriam lembrar dos primeiros meses de vida. Muita coisa iria ser diferente nesse mundo, com certeza.
Só assim poderiam saber de tudo que os pais fizeram nesse período. E posso dizer: não é pouco.
Hoje em dia, 5 horas seguidas de sono é motivo de comemoração.
Para o pai e a mãe poderem jantar juntos é necessária uma grande organização, verdadeira operação de logística, e que nem sempre acaba bem.
São horas ininterruptas de choro, veladas entre embalos, cantigas e carinhos, quando não se janta, não se dorme e, ainda que por muitas vezes a irritação apareça, não vence nunca.
E o prêmio para tanta dedicação é o alívio da cólica, o sono da noite, um sorriso disfarçado no rosto da criança. Nada mais do que isso.
Se quando crescêssemos pudéssemos nos lembrar desses dias, certamente trataríamos melhor as pessoas, nos trataríamos melhor.
Infelizmente, a memória não alcança esses dias, onde os filhos poderiam lembrar da sinceridade do carinho, do amor, da total dedicação de seus pais.
E por isso, somente quando deixamos de ser filhos para tornarmos pais é que vamos perceber tudo o que se passa.
E não me entendam mal, não é reclamação, é constatação. Todos passamos por isso, se não como pais, como filhos.
E podem ter certeza que repetiria todas as noites sem dormir pela felicidade de poder olhar para a Vitória.
Os pais também deveriam lembrar de quando eram filhos.
Há muito tempo pensei que escrever algo como um diário com as coisas que não deveria fazer com meu filho, os momentos que deveria entender.
Não preciso dizer que não escrevi, mas sinceramente espero não ter esquecido.
Por mais que se ame um filho, não há como escondê-lo do mundo.
As necessidades de cada idade precisam ser respeitadas.
Sei lá!!!
De qualquer forma, espero corresponder as minhas próprias expectativas com a Vitória.
E queria agradecer aos meus pais.
Saudade mãe!!!

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