sexta-feira, 15 de agosto de 2008

SERÁ QUE TUDO É SÓ AMOR?

E será que tudo é só amor?
Não há espaço para a amizade, a pura amizade de se poder ser você mesmo?
Quantas noites procurei só um sorriso, uma conversa, uma risada e fui mal interpretado. Era só, e depois, voltar pra casa, meio embriagado e feliz.
E isto não será amor?
Não será a felicidade de estar a teu lado?
Preste atenção no que ocorre a tua volta, olhe, note como te olho diferente, como procuro tua cumplicidade.
Então, poderemos parar de jogar, conquistaremos a confiança, a intimidade.
E isto também não é amar?(3/9/96)**

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

VOCÊ NÃO SABE

Você não sabe o que é longe. O que é perto, se pode ver, sentir, tocar. E palavras são nada. Verbos sem ações, adjetivos sem sujeitos. Você não sabe o que é sofrimento,. O que é dor se pode sentir, mensurar. E solidão é nada. Silêncio na multidão. Ninguém pra esperar. (18/7/02)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

STAND BY

As palavras não mais se conectam na minha mente. Uma que outra frase solta, sem força, sem qualidade, sem sentimento. Palavras pro tempo passar. Horas vagas.
Não sei para onde foi toda aquela mágoa, dor, ressentimento. Não sei onde está a alegria, esperança, contentamento.
Vejo o dia passar. A semana. Sem ambição, sem previsão. Aguardando não sei bem o quê. Uma vida em stand by. (18/7/02)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

VOCÊ FALAR

Não sei mais com que olhos vejo o que acontece.
Fiquei olhando você falar. Fiquei olhando muito longe, através das dimensões. E tudo me pareceu pequeno. Você falava e eu não estava lá.
Não me peça pra falar também.
E saí pra caminhar. Atrás de um horizonte novo, de caminhos vagos, onde nada fosse conhecido. Mas eu continuava lá. Caminhei mais rápido, ninguém me perseguia. Mas eu continuava lá. Já exausto, parei. E fiquei olhando você falar. (4.12.1999)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

JOGUEI PEDRAS NA CRUZ

Joguei pedras na cruz. As pedras que marcavam minha estrada. Fora poucas moedas no bolso, já não me restava mais nada. Mas acho que sobrevivi. E acordei procurando palavras pra te dizer, mas só vinham palavras pra não dizer. Pensamentos confusos, mágoas novas que se misturavam às antigas. Sonhos repetitivos como frases e situações. Muita dor por quase nada. E das mudanças de comportamento ao latente descaso, foi o que me deixou num cansaço físico e de coração. Minha já comedida emoção, remoendo pensamentos obscuros, em um caso que mal parecia maduro, agora, parece caminhando pra putrefação.
E eu, senão tivesse tanto medo do novo, me perderia entre o povo pra curtir minha solidão. Mas tenho uma preguiça tamanha que não me deixa mover, não me deixa falar e nem ao menos querer.
Então abro um sorriso amarelo de que como tudo estivesse bem. Ora falo uma bobagem sem graça, mas depois, fico sério também.
E não digo o que sinto. E não sabes o que sinto, assim como eu. São idéias confusas em silêncios profundos desde que tuas escusas não me fizeram bem.
Joguei pedras na cruz e acho que já estou pagando, que o destino está brincando com o que chamo de vida e seguir me calando, escorrendo nos dias, parece ser minha única saída. (18/01/01)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

REDEMOINHOS

Redemoinhos, remôo pensamentos. Frases que não disse e que nunca vou dizer. Será castigo? Devo esquecer. Aprender, seguir em frente, quero ver as coisas com outros olhos. Meus óculos sujos não deixam. Sempre se pode inventar qualquer desculpa. Tudo se pode inventar. Ficção? Realidade? Qual a diferença? Importa o que eu faço a mim mesmo. Minhas idéias e ideais. E é isso que não muda e eu não entendo por quê. Passei pelos mais variados sofrimentos sorrindo. Não sinto a saudade e a fala de nada. As coisas vêm, acontecem, vão embora. As pessoas vêm, vão embora, terminam. Onde está minha reação? Onde guardei tudo isso? Realmente não sei. E esta é minha realidade. Então, tropeço nos dias, já não vejo as horas passarem e vou enganando não sei bem a quem. (28/5/03)