quinta-feira, 10 de julho de 2008

PEQUENO DEMAIS

Ninguém se lembrou de mim hoje. Acho que nem eu. E, em muito tempo, pela primeira vez me sinto só. Talvez porque pela primeira vez te imaginasse a meu lado. Talvez porque pela primeira vez te quisesse a meu lado, como se pudesse copiar outras vidas e, acima de tudo, nunca ser eu mesmo. Queria vestir tua sombra e me bastariam as migalhas. Mas tenho medo. Sinto dor. Invento desculpas. Medo. Queria sair de minha própria sombra e sonhar com a realidade e olhar de verdade para teus olhos, beijar tua boca. Mas tenho medo. É mais fácil sonhar. E mesmo assim acordo de noite assustado. Me fechei para o mundo e criei meu próprio universo, mas agora não encontro saída e fiquei pequeno demais para mim mesmo.(14.2.92)

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