Faz praticamente 10 anos que trabalho no centro de Porto Alegre e durante praticamente todo esse tempo fui de carro para o trabalho.
Depois que a Vitória nasceu, como a Laura tinha vendido o carro dela, passei a ir de lotação para o centro para deixar o carro para eventuais emergências e necessidades da minha família.
No começo me irritava a demora de quase 40 minutos de casa até a parada final. Depois, fui me acostumando e hoje até gosto da demora no percurso.
Dirigindo, você praticamente não tem condições de realmente ver a cidade, as pessoas. Você passa mil vezes pela mesma rua e não conhece nada do que tem ali; não repara na correria das pessoas...
Aproveito que meu celular tem rádio, coloco numa estação e vou olhando pela janela ao longo de todo o percurso.
E numa dessas andanças é que comecei a perceber, principalmente, as meninas, a notar o que elas faziam com quem andavam, as roupas e gestos.
E foi aí que me preocupei!!!
Percebi que daqui a pouco, a Vitória é que vai ser uma dessas meninas. E o que será que ela vai ser? Como vai ser?
Por mais que os pais possam moldar seus filhos, não tem como a gente ter certeza de como eles vão crescer.
Fiquei imaginando a Vitória uma hippie, punk ou rajinishi.
Fiquei imaginando a Vitória chegando em casa com um magrão com as calças de cós baixo, aparecendo as cuecas.
Fico pensando o que seria possível fazer, mas ainda não encontrei nenhuma resposta.
Acho que vou parar de ir trabalhar de lotação!
Existe bairro chinês em Paris?
Há 8 meses