domingo, 13 de setembro de 2009

LOTAÇÃO

Faz praticamente 10 anos que trabalho no centro de Porto Alegre e durante praticamente todo esse tempo fui de carro para o trabalho.
Depois que a Vitória nasceu, como a Laura tinha vendido o carro dela, passei a ir de lotação para o centro para deixar o carro para eventuais emergências e necessidades da minha família.
No começo me irritava a demora de quase 40 minutos de casa até a parada final. Depois, fui me acostumando e hoje até gosto da demora no percurso.
Dirigindo, você praticamente não tem condições de realmente ver a cidade, as pessoas. Você passa mil vezes pela mesma rua e não conhece nada do que tem ali; não repara na correria das pessoas...
Aproveito que meu celular tem rádio, coloco numa estação e vou olhando pela janela ao longo de todo o percurso.
E numa dessas andanças é que comecei a perceber, principalmente, as meninas, a notar o que elas faziam com quem andavam, as roupas e gestos.
E foi aí que me preocupei!!!
Percebi que daqui a pouco, a Vitória é que vai ser uma dessas meninas. E o que será que ela vai ser? Como vai ser?
Por mais que os pais possam moldar seus filhos, não tem como a gente ter certeza de como eles vão crescer.
Fiquei imaginando a Vitória uma hippie, punk ou rajinishi.
Fiquei imaginando a Vitória chegando em casa com um magrão com as calças de cós baixo, aparecendo as cuecas.
Fico pensando o que seria possível fazer, mas ainda não encontrei nenhuma resposta.
Acho que vou parar de ir trabalhar de lotação!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

VITÓRIA FOI PRO QUARTO


Faz duas semanas que a Vitória está dormindo no quarto dela. Aproveitamos que as noites ficaram mais quentes e fizemos o que era inevitável. Confesso que é duro tirar o bebê do quarto, seja pela segurança, seja pela comodidade.
Mas, para nossa surpresa, a primeira noite que ela dormiu no quarto foi sensacional. Um sono só. A vitória dormiu perto da meia noite e acordou já de manhã.
Quando ela nasceu deveriam caber umas 3 dela no carrinho em que ela dormiu até pouco tempo atrás. Agora, no entanto, ela já estava apertada, tendo que quase dobrar as perninhas para caber.
Se a primeira noite foi uma beleza, todas as que seguiram naquela semana não foram nem de perto tranqüilas. A Vitória acordou em todas, pelo menos duas vezes, e chorou, resmungou, dormiu, acordou, chorou, resmungou...
Mas resolvemos manter nossa decisão de mudá-la para o quarto. E foi um festival de fazer chá, embalar, cantar, uma noite fiquei brincando com ela e os bonecos até perto das 4 da manhã.
Essa situação perdurou de uma terça feira até a segunda próxima quando, como que por mágica, ela voltou a dormir, quando muito, acordando para tomar um chazinho e dormindo novamente até pela manhã.
Nesse meio tempo as mudanças foram muitas. Ela entrou na chamada fase do “estranhamento”, ou seja, pessoas que ela não tem costume de ver fazem com que ela chore.
Dizem que, na verdade, não é estranhamento, mas que as crianças choram quando não reconhecem a pessoa. A Vitória fica muito braba, principalmente se tentam dialogar com ela!!!
As noites agora, antes dela dormir, exatamente na hora da nossa janta que antes eram abaixo de muito choro, estão muito calmas. A Vitória fica no carrinho com os brinquedos enquanto jantamos e, por vezes, até depois da janta. Nem para o banheiro, lá no ferrolho, preciso mais ir. Ela tem ficado no meu colo, sentados no sofá, com os bonecos ou com o controle da tv. Tenho que tirar as pilhas do controle, se não ela troca de canal o tempo todo.
Além disso, e talvez o que seja melhor para nós, é que ela está muito amorosa. Ela pega em nosso rosto com as duas mãos e sorri e nos baba, deixa ficar de bochecha encostada e vem gostando de ganhar beijos.
Olha, não há nada melhor do que teu filho te reconhecer e te dar um grande sorriso!!!
Outras tantas mudanças aconteceram, tantas que nem me lembraria agora e vão desde a coordenação motora, até as feições do rosto.
Mas o que mais tem me impressionado ultimamente é o amor que a Vitória pegou pelo Bartho. Ela olha pra ele e dá gargalhadas. As brincadeiras que ela mais gosta é perseguir o Bartho. Temos que andar com ela no colo, correndo atrás do cachorro. Quando ela ensaia um choro é só perguntar: “Cadê o Bartho?” e tudo vira riso.
O Bartho, por sua vez, ainda está um tanto arredio, tem medo e não deixa a gente chegar muito perto com a Vitória no colo.
Mas quando a colocamos no “tapete mágico”, agora estrategicamente colocado no chão em frente á tv, mais de uma vez já nos deparamos com ele deitado, bem próximo, cuidando dela ali.