quarta-feira, 22 de julho de 2009

4 MESES


Hoje a Vitória está completando 4 meses e, por mais que seja rotina, a pressa com que o tempo passa sempre me assombra.
Já informei a Vitória que ela não precisa crescer muito rápido, não. O ritmo dela, hoje, está muito acelerado para o meu gosto.
Afinal, ela já deve estar bem próxima aos 60cm de altura e 5,5 kg de peso. Parece pouco, mas é bastante para alguém que menos de 4 meses atrás tinha só 2kg .
Só que o crescimento físico é o que menos impressiona. A interação dela com o mundo é bem mais instigante.
Hoje, a Vitória já está prestando atenção e preferindo brinquedos; já consegue agarrar vários objetos com as mãos; ontem, inclusive, ficou bem quieta assistindo desenho (Backyardigans).
O vocabulário também aumento bastante, ainda que nada seja inteligível para mim, reles pai mortal. Mas eu vejo na cara dela que ela está sabendo exatamente sobre o que está falando. Eu concordo e tento imitar os sons, mais ou menos como um conhecido técnico de futebol brasileiro.
O mais legal de tudo é que ela já nos reconhece e sorri abertamente com todas as brincadeiras que faço. Aliás, a gente tem que ter muita criatividade, pois ela se cansa rapidamente de várias brincadeiras.
Faz tempo que eu brinco de fazer barulho com a boca (aquele que se coloca a língua entre os lábios e assopra) e ela tenta imitar, com tanto esforço que acaba em choro. Ontem, pela primeira vez ela conseguiu fazer, com muito cuspe, ainda, mas saiu...e muita risada.
Semana passada eu cheguei em casa depois do trabalho, por volta das 20 horas e a Vitória tinha acabado de mamar e estava dormindo no colo da Laura.
Na troca do colo a Vitória acabou acordando. Deitei ela na cama e ficamos brincando, fazendo barulho com a boca, mexendo nos pezinhos, fazendo “bicicleta”.
A televisão ligada noticiava mortes pela gripe “A”, inclusive de uma criança de 4 ou 5 anos.
Eu, ali, olhado para o sorriso da Vitória, ouvindo aquilo, acabou fazendo nascer uma sensação de medo que me fez abraçar minha filha com uma força além daquela que havia me permitido até então com medo de machucá-la.
Enfim, senti um medo como nunca havia sentido; medo de que algo pudesse acontecer com ela, medo de não conseguir mais viver sem ela ali, sorrindo, chorando, dormindo, seja do jeito que for.
Acho que todos os pais acabam, um dia, sentindo esse medo. Mas nunca pensei que fosse tão difícil entregar um filho para o mundo.
Se agora que tudo o que a Vitória faz é controlado por nós, todos os horários, onde ela vai, o que veste, o que come - menos a hora do choro – e já me dá medo, imagina quando ela tiver vontade própria, imagina quando as pernas dela a puderem levar.
Já estou tentando me acostumar com a idéia, pois agora parece realmente impossível.